Fonte – Metropolis – Pagiana do Nortão
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Brasília (DF) / Washington (EUA) – A crise política brasileira ganhou contornos internacionais neste início de agosto. Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governo de Donald Trump reagiu com firmeza.
Por meio de uma nota oficial do Bureau para Assuntos do Hemisfério Ocidental, o governo norte-americano afirmou que “condena” a decisão de Moraes e que pretende responsabilizar qualquer autoridade envolvida naquilo que consideram “condutas sancionadas”.
A referência direta à prisão de Bolsonaro é mais do que simbólica: representa uma ruptura no silêncio diplomático dos Estados Unidos sobre os desdobramentos jurídicos envolvendo o ex-presidente brasileiro e um endosso explícito à narrativa bolsonarista de perseguição política.
A nota alerta ainda que os ministros do STF que votarem pela manutenção da prisão poderão ser punidos nos mesmos moldes de Alexandre de Moraes, que já foi incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky, legislação americana usada para punir autoridades acusadas de abusos de poder e violações de direitos humanos.
Votação no STF já tem data
A decisão individual de Moraes, que colocou Bolsonaro em recolhimento domiciliar com tornozeleira eletrônica, será analisada nesta terça-feira (5/8) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O colegiado é composto por cinco ministros:
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Alexandre de Moraes
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Cristiano Zanin
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Cármen Lúcia
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Flávio Dino
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Luiz Fux
Nos bastidores, há a expectativa de que quatro ministros (com exceção de Fux) formem maioria para validar a decisão de Moraes, mantendo o ex-presidente em prisão domiciliar por descumprimento das medidas cautelares impostas desde julho.
Pressão internacional e tensão institucional
A manifestação do governo Trump aumenta a temperatura política e gera desconforto entre os magistrados. Ao mencionar possíveis sanções, a nota sinaliza que atos do Judiciário brasileiro podem ter repercussões diplomáticas e econômicas fora do país.
A inclusão de Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky foi impulsionada por grupos internacionais ligados à extrema-direita, e agora ganha força como ferramenta de pressão internacional contra as decisões do STF. A expectativa é que novas movimentações do governo americano, em caso de confirmação da prisão, possam escalar o conflito institucional.
A base aliada de Bolsonaro no Congresso Nacional já articula manifestações e discursos em defesa do ex-presidente, enquanto os ministros da Corte Suprema reforçam o discurso de que a Justiça brasileira atua com independência e base legal
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