TJMT mantém júri popular de família acusada de duplo homicídio

TJMT mantém júri popular de família acusada de duplo homicídio

Fonte: Portal de Noticias – Pagina do Nortão 

Os advogados afirmaram que a denúncia seria vaga e confusa, dificultando o direito de defesa

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso decidiu, por unanimidade, manter a sentença que leva a julgamento popular os quatro réus envolvidos na execução de dois idosos durante uma invasão domiciliar em Peixoto de Azevedo. O crime ocorreu em 21 de abril de 2024 e chocou a cidade pela brutalidade e motivação do ato.

São réus na ação a pecuarista Ines Gemilaki, o filho dela, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, além de Marcio Ferreira Gonçalves (marido de Ines) e Éder Gonçalves Rodrigues (irmão de Marcio). Segundo as investigações, o ataque teria sido motivado por um desacordo financeiro relacionado ao aluguel de um imóvel, supostamente devido pela acusada a uma das vítimas sobreviventes.

De acordo com a denúncia, os réus invadiram a residência de Erneci Afonso Lavall, onde ocorria uma confraternização. Armados, iniciaram uma série de disparos que mataram os idosos Pilson Pereira da Silva, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81 anos. Outras duas pessoas foram atingidas: o padre José Roberto Domingos e o próprio Erneci, que sobreviveram.

A defesa tentou evitar que os réus fossem levados a julgamento pelo Tribunal do Júri, alegando falhas na acusação. Os advogados afirmaram que a denúncia seria vaga e confusa, dificultando o direito de defesa. Também argumentaram que um dos crimes seria “impossível” de acontecer, pois a arma usada por Ines estaria descarregada no momento do disparo. Além disso, contestaram a acusação de tentativa de homicídio contra uma das vítimas, afirmando que não havia, na denúncia, menção ao envolvimento direto de Bruno nos disparos. Por fim, pediram a retirada das qualificadoras que aumentam a gravidade do crime, como o motivo fútil e o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.

As teses foram rejeitadas pela Quarta Câmara Criminal do TJMT, que considerou haver indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes. O crime foi registrado pelas câmeras.

A decisão também manteve a imputação de qualificadoras, como o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e motivo fútil. Os desembargadores entenderam que os disparos foram realizados de forma repentina, durante uma reunião social, e que o suposto débito entre Ines e a vítima Erneci, ainda que discutido judicialmente, poderia ser considerado um estopim desproporcional para a violência cometida.

A sentença de pronúncia foi confirmada nessa terça-feira (15) e agora o caso segue para julgamento pelo Tribunal do Júri. O médico Bruno Gemilaki Dal Poz segue impedido de exercer a profissão por decisão do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT).

Fonte: Portal de Noticias – Pagina do Nortão 

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