Por: Joel de Aquino – Pagina do Nortão
Foto – Reprodução
Um anúncio feito recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou forte repercussão no cenário econômico internacional: a aplicação de uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, incluindo a carne bovina. E, apesar da distância de milhares de quilômetros de Washington, quem mora em cidades como Colíder (MT) já começa a sentir os efeitos desse impacto.
Colíder na rota da carne
Colíder está inserida em uma região com forte vocação agropecuária, especialmente na produção de gado de corte. Muitos produtores locais abastecem frigoríficos que, por sua vez, exportam parte significativa da carne para o mercado internacional — incluindo os Estados Unidos.
Com o aumento da tarifa, a carne brasileira fica mais cara para o consumidor americano, o que reduz a competitividade do produto lá fora. O efeito em cadeia é quase imediato: queda nas exportações, diminuição na demanda dos frigoríficos e possível redução no preço pago ao produtor.
Prejuízo no campo e na cidade
Quando o preço da arroba do boi cai, toda a economia local sente. Os produtores reduzem investimentos, adiam compras, e os reflexos aparecem no comércio de Colíder: oficinas mecânicas, lojas de peças, mercados e até o setor de serviços.
“Quando o gado desvaloriza, a gente para tudo: manutenção, reforma, até compra no comércio. Porque a conta não fecha”, diz um pequeno pecuarista da região rural de Colíder.
Efeito dominó: da geopolítica ao açougue
Com o tarifaço, os frigoríficos brasileiros, ao perderem competitividade no mercado americano, tendem a buscar outros destinos ou até jogar parte da produção no mercado interno. Isso pode levar a dois cenários:
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Queda no preço pago ao produtor, afetando diretamente a renda da zona rural.
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Oscilação nos preços da carne nos açougues, afetando também o consumidor urbano.
Ou seja: tanto quem produz como quem consome perde.
A política internacional na vida do interior
A decisão dos Estados Unidos mostra como a política internacional interfere diretamente na vida de quem mora no interior do Brasil. Mesmo longe dos grandes centros de poder, municípios como Colíder estão no centro das decisões econômicas globais — ainda que indiretamente e, muitas vezes, de forma dolorosa.
Hora de reagir com união e estratégia
Diante desse cenário, é fundamental que lideranças locais, produtores e representantes políticos se unam para buscar alternativas de mercado, valorizar o consumo interno e pressionar por políticas que protejam o pequeno e médio produtor.
Tarifas impostas lá fora, impactos sentidos aqui dentro. Colíder produz, exporta e sustenta. Mas também precisa ser lembrada e defendida.
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Por: Joel de Aquino – Pagina do Nortão