Fonte – Futebol Arte
Foto – Reprodução
A história de Ramires é mais do que uma trajetória no futebol — é um retrato vivo de resistência, esperança e superação. Em meio à pobreza extrema, morando com mais 11 pessoas em uma casa onde, segundo ele mesmo, “quase todos os dias não havia nada para comer”, o jovem construiu um caminho improvável até o estrelato.
A rotina era pesada. Ramires trabalhava como ajudante de obras, das 8h da manhã às 4h da tarde. Exausto? Talvez fisicamente, mas nunca no espírito. Ele conta que, ao terminar o expediente, corria para casa, pegava a bicicleta e seguia para o treino, que começava às 16h30. Era nesse momento que ele renascia.
“Quando calçava as chuteiras e entrava em campo, me sentia melhor do que em casa”, diz Ramires, em um dos trechos mais marcantes do seu relato.
Essa dedicação silenciosa, movida pela paixão e pela esperança de dias melhores, rendeu frutos. O momento da virada veio quando foi contratado pelo Cruzeiro, um dos maiores clubes do futebol brasileiro. Ele ainda se emociona ao lembrar daquele dia.
“Eu não conseguia acreditar, fiquei em choque e pensava: ‘Há pouco tempo eu era operário da construção civil e agora estou aqui’”.
A ascensão de Ramires não é apenas motivo de orgulho para ele e sua família — é também uma fonte de inspiração para milhares de jovens brasileiros que enfrentam as mesmas dificuldades, mas sonham alto. Sua história comprova que, mesmo com todas as adversidades, é possível virar o jogo.
Mais que um jogador, um símbolo
Ramires representa a realidade de muitos jovens das periferias do Brasil, que se dividem entre o trabalho duro e a esperança que nasce em cada treino, em cada partida, em cada oportunidade. Sua história também expõe as desigualdades que marcam a infância e juventude de muitos talentos do esporte nacional — talentos que precisam ser descobertos, apoiados e valorizados.
Que sua trajetória sirva de exemplo não apenas para quem sonha com o futebol, mas para qualquer um que, mesmo diante das dificuldades, se recusa a desistir