Cemitério clandestino e alianças com PCC: o avanço silencioso do Tren de Aragua no Brasil

Cemitério clandestino e alianças com PCC: o avanço silencioso do Tren de Aragua no Brasil

Por Nordeste7.com.br – Pagina do Nortão 

Foto – Reprodução

A maior organização criminosa da Venezuela, o Tren de Aragua, já está presente em pelo menos seis estados brasileiros: Roraima, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo investigações da Polícia Civil de Roraima, reveladas pelo portal Metrópoles, a facção aproveitou a Operação Acolhida — iniciativa do governo Lula para receber refugiados venezuelanos — para expandir sua influência no país.

Infiltração e crescimento silencioso

De acordo com o delegado Wesley Costa Oliveira, da Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas (Draco), integrantes do Tren de Aragua chegaram ao Brasil se passando por refugiados desarmados. Contudo, rapidamente começaram a disputar território com facções brasileiras como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho (CV).

A presença do grupo em Roraima foi identificada pela primeira vez em 2016. Inicialmente agindo de forma discreta, os criminosos aumentaram sua atuação nos anos seguintes, sobretudo em Boa Vista, capital do estado. Com isso, os índices de homicídios dispararam: foram 90 assassinatos em 2020, contra 127 em 2021, coincidentemente no período em que o grupo consolidou sua presença no tráfico de cocaína.

Alianças perigosas e expansão nacional

Com território dominado, o Tren de Aragua passou a estabelecer parcerias com as principais facções brasileiras. Atualmente, o grupo é apontado como fornecedor de armas para o PCC e o CV, além de atuar no transporte de cocaína da Colômbia para o Brasil, passando pela Venezuela.

Segundo o delegado Wesley Oliveira, já existem representantes “diplomáticos” do grupo em vários estados brasileiros. Entretanto, ainda não há registros de confrontos territoriais fora de Roraima, pois o Tren de Aragua não possui infraestrutura suficiente para disputar poder com grupos locais em outras regiões.

Tráfico de mulheres e execuções brutais

Além do tráfico de drogas e armas, a facção venezuelana atua também no tráfico de mulheres. Muitas das vítimas são venezuelanas em situação de vulnerabilidade, atraídas por promessas de uma vida melhor no Brasil. No entanto, acabam sendo exploradas em casas de prostituição ligadas ao grupo.

Casos de execuções brutais têm chamado a atenção das autoridades. Em dezembro do ano passado, a polícia encontrou um cemitério clandestino em Boa Vista, com dez corpos enterrados — entre eles, cinco mulheres com sinais de desmembramento. Segundo investigações, essas vítimas teriam sido punidas por não gerar lucro ou acumular dívidas com a facção.

Por Nordeste7.com.br – Pagina do Nortão 

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