Fonte: Pagina do Nortão
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A Usina Hidrelétrica de Colíder, instalada sobre o rio Teles Pires no norte de Mato Grosso, entrou em uma fase delicada. Em meados de agosto de 2025, a Eletrobras, atual operadora do empreendimento, tornou pública uma mudança de status de segurança da barragem — de “atenção” para “alerta”. Desde então, o rebaixamento emergencial do reservatório e a mobilização de órgãos públicos transformaram o cenário em uma corrida contra o tempo pela segurança e pelo equilíbrio ambiental da região.
O que desencadeou o alerta? Tudo começou quando identificaram falhas em cinco dos 70 drenos que escoam a pressão da água sob a barragem. Estes drenos são vitais para evitar sobrecarga estrutural. A partir da constatação, um painel de especialistas recomendou um rebaixamento controlado do reservatório como medida preventivaRebaixamento
do reservatório: quantos metros? A Eletrobras iniciou o rebaixamento do nível da água em aproximadamente 17 metros, ao longo de um período estimado de 33 dias, com nenhum indício de risco imediato de ruptura — conforme afirmou o próprio presidente da empresa à imprensaFiscalização e responsabilidade institucional A Agência Reguladora AGER/MT, conveniada da ANEEL, fiscalizou presencialmente nos dias 20 e 21 de agosto, avaliando as ações e solicitando que a Eletrobras apresente das concretas para retomar um nível de segurança “normal”
Paralelamente, o Ministério Público Estadual (MPMT) instaurou um inquérito civil para apurar riscos à vida, impactos ambientais e sociais — contando com perícia técnica especializada em meio ambiente, geociências e engenharia civil.
O Ministério Público Federal (MPF) também entrou em cena com um procedimento administrativo próprio, visando monitorar os efeitos técnicos, sociais e ambientais do rebaixamento, com exigência de documentos e laudos da Eletrobras.E as prefeituras e população?Prefeitos de Colíder, Itaúba, Nova Canaã do Norte e Cláudia se reuniram com a Eletrobras em 18 de agosto. O prefeito Rodrigo Benassi foi categórico: “Não há risco de rompimento, mas a redução da lâmina d’água causará impactos econômicos, especialmente na pesca e turismo”.
Por que essa história importa A situação atual da UHE Colíder é um caso emblemático de como barragens demandam atenção contínua, especialmente após transições operacionais — no caso, da Copel para a Eletrobras. O que era apenas um alerta se transformou em mobilização de múltiplos órgãos públicos em busca de segurança, transparência e proteção ambiental.
Para a população local, o rebaixamento representa incerteza econômica. Mas para o estado — e até para o país — traz à tona a urgência de políticas robustas de monitoramento e de ação integrada entre empresa, poder público e sociedade civil.
Fonte: Pagina do Nortão