Por: Joel de Aquino – Pagina do Nortão
Foto – Reprodução
Por muitos anos, a população de Colíder conviveu com um problema que parecia não ter fim: a falta de água potável e um sistema de esgoto inexistente. A concessionária que cuidava do abastecimento, ainda sob gestão do governo estadual, entregava um serviço de qualidade duvidosa — água de cor e gosto suspeitos, além da escassez frequente.
Foi preciso muita pressão popular e articulação política para que o sistema fosse privatizado. A promessa era clara: investimentos, modernização, água de qualidade e, finalmente, a chegada do tão sonhado sistema de esgoto. A esperança renasceu com a nova administração da empresa Águas Colíder.
De fato, houve avanços. Com a privatização, parte dos problemas foi resolvida: a água passou a chegar com mais frequência e qualidade aceitável. A rede de esgoto começou a sair do papel e a infraestrutura da cidade avançou em alguns bairros. No entanto, os desafios não acabaram.
Durante períodos de estiagem severa, como os registrados nos últimos anos em Mato Grosso, houve racionamentos. As torneiras voltaram a secar em certos horários e moradores foram obrigados a se adaptar, estocando água ou alterando hábitos do dia a dia.
Mas o maior incômodo atual está no bolso do consumidor. Embora exista a tarifa social para famílias de baixa renda, muitos moradores reclamam das altas taxas de religação, aplicadas quando há corte por inadimplência. “É como se a gente fosse punido duas vezes: sem água e depois com uma conta pesada pra religar”, disse uma moradora do bairro Maria Antônia.
O discurso é unânime entre aqueles que lutam para manter as contas em dia: a água melhorou, mas a empresa precisa olhar com mais sensibilidade para quem tem menos. As críticas nas redes sociais e em reuniões de bairro crescem, principalmente por parte dos consumidores mais vulneráveis, que esperavam mais empatia e equilíbrio na cobrança.
Apesar disso, o sistema de abastecimento de Colíder nunca esteve tão próximo da estabilidade quanto agora. O que falta, segundo os próprios moradores, é humanidade nas políticas de cobrança e mais transparência sobre os investimentos realizados com os altos valores arrecadados.
Enquanto isso, a pergunta que ecoa nos grupos de WhatsApp e nas conversas de calçada é uma só:
“Estamos pagando mais caro por um serviço que, embora melhor, ainda está longe do ideal?”
A cidade que venceu a poeira agora quer respeito no copo e justiça na conta.
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Por: Joel de Aquino – Pagina do Nortão