Postado por Por:Joel de Aquino – Pagina do Nortão
Foto – Reprodução
Em tempos de tensão e impaciência, cresce a incompreensão contra aqueles que, mesmo com limitações e desafios, continuam de pé prestando serviços essenciais ao cidadão: os servidores públicos municipais.
Tem se tornado cada vez mais comum — e preocupante — presenciar cenas de desacato, grosseria e desrespeito contra servidores públicos em diversos setores: saúde, educação, assistência social, obras, limpeza, transporte, entre outros. Pessoas que estão ali para atender, orientar ou executar tarefas públicas acabam sendo vítimas de ataques verbais, xingamentos e até ameaças, muitas vezes por insatisfação com problemas que não estão sob seu controle direto.
A pergunta que fica é: em que momento se naturalizou esse tipo de comportamento?
É importante lembrar que o servidor público não é o sistema, nem o problema. Ele é, na verdade, parte da solução. É o elo entre o serviço e o cidadão. E embora existam falhas e exceções — como em qualquer categoria —, a grande maioria trabalha com dedicação, enfrentando jornadas longas, estruturas precárias e, muitas vezes, salários defasados, sem perder a disposição de servir.
E é preciso dizer com todas as letras: servidores que ocupam cargos de confiança também são dignos de respeito.
Eles muitas vezes estão na linha de frente das decisões, cobrados por resultados rápidos, e ainda têm que lidar com a cobrança política, administrativa e social. Não é justo tratá-los como culpados por toda e qualquer falha do sistema. Eles também são profissionais, estão trabalhando, e devem ser respeitados como qualquer outro cidadão.
Um novo cenário de desrespeito: grupos de WhatsApp
Infelizmente, as agressões não se limitam mais ao atendimento presencial. Cada vez mais, servidores públicos — especialmente os que estão em cargos de liderança — têm sido alvo de ataques em grupos de WhatsApp, com críticas desmedidas, ofensas pessoais e julgamentos sem direito de resposta.
O mais triste é que essas mensagens muitas vezes são vistas por filhos, esposas, pais, irmãos e amigos dos servidores, gerando dor, constrangimento e humilhação não apenas para quem trabalha, mas para toda a família. É um tipo de violência silenciosa, mas que deixa marcas profundas.
Interesses e ressentimentos disfarçados de crítica
Não podemos ignorar que muitos desses ataques partem de pessoas que, no fundo, gostariam de estar no lugar daquele servidor. Gente que talvez não aceita que outro foi escolhido, nomeado ou valorizado. Em alguns casos, as críticas mais duras vêm de quem fez campanha contra o atual gestor, ou de quem esteve do lado que perdeu a eleição. A disputa política termina nas urnas, mas infelizmente, alguns seguem alimentando rivalidades pessoais como se ainda estivessem em palanque.
É hora de separar a política do profissionalismo. O servidor está ali para trabalhar, não para disputar vaidade ou agradar lado A ou B. Respeitar o servidor é respeitar a cidade.
Respeitar o servidor é respeitar o serviço público.
E isso vale para todos: desde quem busca atendimento numa unidade de saúde até quem passa pela secretaria de obras ou solicita transporte escolar para os filhos. O respeito começa com um “bom dia”, passa por uma fala educada, e se estende ao entendimento de que muitas vezes o servidor está ali para cumprir ordens, executar normas, e não para ser alvo de frustração alheia.
Mais do que nunca, é preciso reforçar que servidores públicos são trabalhadores, seres humanos, pais e mães de família, e merecem dignidade no ambiente de trabalho.
Esta matéria não é uma blindagem, mas um chamado à empatia.
Um alerta: se a população continuar a desvalorizar quem serve, perderemos não só a qualidade dos serviços, mas também a força de quem sustenta a máquina pública no dia a dia.
Fica o convite: na próxima vez que for atendido por um servidor municipal, olhe com mais humanidade. Ouça. Respeite. Valorize.
Afinal, todos ganhamos quando há respeito de ambos os lados.
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Por:Joel de Aquino – Pagina do Nortão
