Em um relato emocionante compartilhado no podcast da UNICEF, o ex-jogador camaronês Samuel Eto’o revelou uma história comovente sobre Lionel Messi — não o astro das manchetes esportivas, mas o ser humano comprometido com causas sociais profundas. A narrativa começa com uma ligação inesperada, que se transforma em um gesto de solidariedade silenciosa, marcando para sempre a vida de crianças em comunidades remotas da África.
“Estava sentado em casa, em Douala, quando, de repente, o meu telefone tocou. O número? Desconhecido, mas algo no meu coração disse: ‘Atende, Samuel.'”
Ao atender, Eto’o ouviu uma voz familiar:
“‘Samu? Ainda tens o mesmo número de 2009?’”
Surpreso, respondeu entre risos:
“‘Lionel?! Mesmo que eu mudasse o meu número cem vezes, tu serias o primeiro a saber! Mas por que estás a ligar no meio da noite? Queres finalmente admitir que eu sou o melhor no pikey-pikey entre nós?’”
A resposta de Messi, no entanto, revelou um propósito mais profundo:
“‘Não, desta vez é mais importante. Vi o que estás a fazer em África e vi os olhos das crianças em algumas aldeias remotas quando as visitas. Quero fazer parte disso, mas à minha maneira.’”
Segundo Eto’o, ouvir Messi falar sobre África com tamanha paixão o emocionou. O craque argentino revelou que desejava contribuir com a construção de escolas e hospitais — não em seu nome, mas em nome do futebol, que os uniu.
“‘E tu conheces o caminho, Samuel.’”
Na semana seguinte, Messi viajou secretamente para Yaoundé, capital de Camarões. Sem coletiva de imprensa, sem câmeras. Apenas ele e Eto’o, lado a lado, visitando uma aldeia remota. Lá, conheceram uma menina chamada Ama, que segurava uma bola de futebol gasta. Ela se aproximou de Messi e disse:
“‘És mágico, mas a minha bola não voa como a tua!’”
Segundo Eto’o, foi um dos momentos mais tocantes. Messi, visivelmente emocionado, tirou o celular do bolso e disse:
“‘Aqui. Vamos construir um parque infantil para cada criança desta aldeia e vamos ensiná-las que a verdadeira magia é dar sem esperar nada em troca.’”
O compromisso não parou ali. Messi lançou silenciosamente o Programa “10”, uma iniciativa de apoio a aldeias esquecidas da África. O projeto reúne doações de outras lendas do futebol, todas destinadas a ações humanitárias em comunidades vulneráveis. A única exigência do jogador argentino foi clara:
“‘Sem mídia, sem alarido, apenas ação.’”
Para Eto’o, esse gesto revelou o verdadeiro tamanho de Messi:
“Naquele dia, compreendi por que Messi é ‘grande’. Não porque marca gols, mas porque sabe como semear esperança nos corações daqueles que não têm voz.”
E finaliza com uma reflexão que transcende o campo de jogo:
“Agora, sempre que alguém me pergunta: ‘Qual é a diferença entre Messi e todos os outros jogadores?’, eu digo: ‘Alguns vivem para amar o futebol, e Messi vive para fazer o futebol amar as pessoas.’ África não precisa de heróis vistos nas telas, mas de heróis que descem à terra e seguram as mãos das crianças. E Messi desceu.”
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Fonte: UNICEF Podcast