Rep: Pagina do Nortão
Foto Ilustração
Dizem que o oceano é infinito, mas poucos realmente o conhecem. O albatroz, porém, o conhece como ninguém.
Ele nasce entre as rochas e o vento salgado, mas sua infância não tem ninho fixo. Ainda jovem, lança-se ao céu e aprende, desde cedo, que seu destino não está na terra firme. Nos primeiros seis anos de vida, ele não pousa. Não precisa. O céu é sua casa, e o mar, seu companheiro constante.
Enquanto outros aprendem a caminhar, o albatroz aprende a voar por milhares e milhares de milhas — mais de 10.000 em uma única viagem, cortando o mundo com suas asas largas como o silêncio do horizonte.
Em 46 dias, ele pode dar a volta no planeta. Um ser que não apenas observa o mundo de cima, mas o vive em movimento, em liberdade. O tempo para ele não é o mesmo. Ele voa acima dos dias e das noites, dos medos e das certezas. Ele é o mensageiro dos ventos, o guardião das marés, o espírito das correntes invisíveis.
Só depois de anos, ele pousa. E não é por cansaço. É por amor. Para acasalar, para gerar outro ser alado, outro explorador do azul. E então, volta a voar.
O albatroz não conhece fronteiras. Ele não precisa de passaporte nem de mapas. Ele segue apenas o chamado do vento — e é esse chamado que o leva mais longe do que qualquer um poderia imaginar.
Simplesmente incrível? Não. Ele é um lembrete de que a verdadeira liberdade é silenciosa, persistente e ilimitada como o céu.